No decorrer da história, encontramos relatos que transcendem os limites do tempo e das culturas, trazendo consigo mensagens atemporais de esperança, coragem e fé. Um desses relatos é a jornada do povo de Israel pelo deserto, uma narrativa que ecoa profundamente em nossos corações, especialmente em tempos de desafio e incerteza.

Imagine a expectativa fervorosa que envolveu o povo de Israel após quarenta anos de peregrinação no deserto. Quatro décadas de anseio, sonhos e preparação os conduziram ao limiar da Terra Prometida. Essa etapa marcava não apenas o término de um período árduo, mas também o início de uma nova era, um horizonte de possibilidades. Entretanto, junto com o entusiasmo, pairava a conscientização de que enfrentariam batalhas árduas pela frente. A bênção estava ao alcance, mas a luta para obtê-la era iminente.

A grandeza desse momento é entrelaçada com o desafio primordial de vencer um inimigo tão íntimo quanto formidável: o medo. Assim como o povo judeu tinha que confrontar seus próprios temores antes de entrar na Terra Prometida, nós, em nossos dias, enfrentamos nossos próprios desertos, representados pela quarentena. Esse período inesperado e repleto de adversidades pode ser comparado, em proporções diferentes, aos quarenta anos de peregrinação. No entanto, a analogia nos ensina que, mesmo no deserto, encontramos lições valiosas e a promessa de tempos melhores.

Hoje, quando nos vemos diante da realidade da quarentena, é fundamental abraçar a mensagem de esperança que ecoa nas palavras proferidas por Moisés séculos atrás. Assim como o povo judeu não estava sozinho em sua jornada, também não estamos solitários em nossos desafios. A convicção de que Deus nos acompanha é um farol de coragem e uma fonte inesgotável de força. Essa crença nos guia através do deserto da incerteza e nos sustenta nos momentos de medo e ansiedade.

A promessa ressoa claramente: "Sejam fortes e corajosos. Não tenham medo nem fiquem apavorados, pois o Senhor, o seu Deus, vai com vocês; nunca os deixará, nunca os abandonará" (Deuteronômio 31:6). Essa orientação não é apenas uma expressão de apoio, mas um convite a internalizar a coragem e a fé. Essa mensagem transcende o tempo e as circunstâncias, encontrando um eco poderoso nos corações daqueles que enfrentam seus próprios desertos e quarentenas.

Nesses tempos desafiadores, enquanto nos esforçamos para atravessar nossos próprios desertos, mantenhamos viva a chama da esperança, da coragem e da fé. A certeza de que a jornada tem um propósito e de que a presença divina nos acompanha em cada passo é o alicerce que nos permite enfrentar o desconhecido com determinação. Assim como o povo judeu enfrentou suas batalhas para alcançar a Terra Prometida, superaremos nossos próprios desafios, armados com a força que emana da confiança no divino.

Wilson Teixeira - Pr. IEQ Vila Industrial



 


Deixe seu Comentário