Salvação, Amor e o Coração Transformado
A Bíblia nos ensina que a salvação é um dom gratuito de Deus, recebido pela graça mediante a fé em Jesus Cristo (Efésios 2:8-9). Não é algo que possamos comprar ou conquistar por nossas próprias obras, mas, ao mesmo tempo, a Palavra mostra que seguir a Cristo exige transformação de vida, renúncia e um caminhar diário em obediência. Jesus mesmo disse: “Se alguém quer vir após mim, negue-se a si mesmo, tome a sua cruz e siga-me” (Mateus 16:24).
Dentro desse processo de transformação, surge uma pergunta séria e desafiadora: pode alguém não gostar de outra pessoa, ou até mesmo desejar a morte de alguém, e ainda assim ser salvo?
1. O coração é a chave da salvação
A salvação não é apenas sobre frequentar cultos, levantar as mãos ou dizer palavras bonitas. Ela envolve o coração. A Bíblia declara: “Porque, se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo” (Romanos 10:9).
Ou seja, a fé verdadeira não é superficial, mas enraizada no coração, que é transformado pelo Espírito Santo.
Um coração salvo passa a refletir o caráter de Cristo. Isso significa que sentimentos de ódio, rancor e desejo de mal contra alguém não combinam com a nova vida em Jesus.
2. O amor como evidência de salvação
Jesus deixou claro que o amor é o maior mandamento:
“Amarás o Senhor teu Deus de todo o teu coração, de toda a tua alma e de todo o teu entendimento. Este é o primeiro e grande mandamento. E o segundo, semelhante a este, é: Amarás o teu próximo como a ti mesmo” (Mateus 22:37-39).
O apóstolo João vai ainda mais fundo:
“Aquele que diz estar na luz, e odeia a seu irmão, até agora está em trevas” (1 João 2:9).
E completa:
“Qualquer que odeia a seu irmão é homicida. E vós sabeis que nenhum homicida tem a vida eterna permanecendo nele” (1 João 3:15).
Isso significa que desejar a morte de alguém ou nutrir ódio no coração é incompatível com a vida eterna. Não importa quão religiosas sejam nossas práticas, se o coração estiver cheio de rancor, ainda estamos distantes de Deus.
3. O preço da salvação é negar o “eu”
Quando dizemos que há um preço a pagar para ser salvo, não falamos de moedas, mas de renúncia. Precisamos crucificar nossa carne, nossos desejos e sentimentos que não agradam a Deus.
Paulo afirmou: “Já estou crucificado com Cristo; e vivo, não mais eu, mas Cristo vive em mim” (Gálatas 2:20).
Portanto, se uma pessoa insiste em cultivar o ódio e não deseja se arrepender, ela não está experimentando a verdadeira salvação. A fé genuína sempre gera frutos de arrependimento e mudança de vida.
4. A solução para o coração endurecido
Todos nós, em algum momento, já fomos feridos, traídos ou injustiçados. O sentimento humano natural é não gostar de quem nos fez mal ou até desejar que pague com a própria vida. Mas o evangelho nos chama a uma postura diferente: perdoar.
Jesus ensinou: “Amai os vossos inimigos, bendizei os que vos maldizem, fazei bem aos que vos odeiam, e orai pelos que vos maltratam e vos perseguem” (Mateus 5:44).
Isso não significa que devemos aprovar o pecado ou fingir que nada aconteceu, mas que devemos entregar a justiça nas mãos de Deus e não deixar o ódio dominar nosso coração.
Conclusão
A salvação é pela graça, mas essa graça nos transforma. Ninguém que viva alimentando o ódio e desejando a morte do próximo pode afirmar que está salvo, pois a evidência da salvação é o amor de Deus derramado em nossos corações (Romanos 5:5).
Portanto, se há rancor, mágoa ou ódio no coração, é preciso buscar arrependimento diante de Deus, pedir que o Espírito Santo cure as feridas e nos ensine a amar como Cristo amou. Afinal, a verdadeira liberdade e certeza de salvação só existem quando aprendemos a perdoar e a amar.
“Nisto todos conhecerão que sois meus discípulos, se vos amardes uns aos outros” (João 13:35).
Wilson Teixeira - IEQ Vila Industrial